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Foto do escritorKaline Sá

O camarão “Gigante da Malásia”

A criação de camarões de água doce é um negócio bastante promissor, tanto em regiões próximas do litoral, como também no interior.


A espécie mais cultivada no mundo é a Macrobrachium rosenbergii, o Camarão da Malásia, que tem produção mundial acima de 200.000 ton. /Ano desde 2011 (FAO, 2017). É originário de países tropicais da Ásia (Malásia, Índia e Vietnã). No Brasil, é uma atividade relativamente nova. As primeiras experiências na criação comercial foram realizadas na década de 80 pelo IPA- Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária, com pós-larvas importadas do Havaí.


Por suas características zootécnicas, o cultivo dessa espécie de camarão desponta hoje como uma excelente alternativa econômica para pequenos, médios e grandes produtores rurais. Sua criação é relativamente mais simples que camarões marinhos, com menor custo de implantação. Dentre suas potencialidades destacamos:

· Grande rusticidade, precocidade e fecundidade;

· Pode atingir cerca de 32 cm e pesar os incríveis 500g, embora em condições de cultivo seja despescado com peso variando entre 20 e 50g;

· Tolerância a diferentes taxas de salinidade e temperatura;

· Resistência a doenças;

· Não ser agressivo (De fácil manejo);

· Espécie mais indicada para poli cultivo com tilápia (Oreochromis niloticus)

· Qualidade da carne excelente, sendo bem aceito ao público consumidor.


Características do cultivo

O cultivo de Camarão da Malásia, se dá em grande parte por viveiros escavados no sistema Semi-intensivo, com áreas entre 1.000 e 5.000m², e densidades variando de 5 a 20 camarões/m². A água deve ser controlada, com fertilização e controle de predadores. Precisa estar em temperaturas acima de 20ºC, sendo o ideal entre 25 e 28ºC. Na maioria dos estados brasileiros essa faixa de temperatura é registrada durante o ano inteiro. O pH precisa estar próximo da neutralidade, de preferência, levemente alcalina. Na alimentação, utiliza-se ração balanceada vendida amplamente no mercado. O camarão da Malásia pode ser cultivado nos mais diversos tipos de tecnologias, com ótimos resultados, seja em sistemas mais intensivos, até uso de bioflocos, atingindo o peso ideal para comercialização de 4 a 6 meses.



Desenvolvimento do camarão- Larvicultura

Em seu ambiente natural, a reprodução e o crescimento das larvas ocorrem em água salobra, que é uma mistura de água do mar e do rio. Por causa disso, a fase em que o camarão ainda é larva e a obtenção de camarões jovens é realizada na larvicultura (fase mais complexa da criação), com cultivo em tanques de água salobra (12 a 16 ‰). Neste tipo de estrutura, as larvas se desenvolvem nos tanques até atingirem de 25 a 30 dias, a fase de pós-larvas. Eles precisam ser transferidos para o viveiro com água doce, caso contrário não sobrevivem. É nessa fase que os criadores iniciam o cultivo, adquirindo as pós-larvas das larviculturas e povoando os viveiros de cultivo nas fazendas.

A disponibilidade de larviculturas desta espécie atuando hoje, ainda é considerado baixa, sendo o maior gargalo para elevar de vez sua produção em larga escala, que praticamente é baseada em mercado e consumo locais. Também é necessário um fortalecimento no marketing, demonstrando todo o potencial zootécnico desta espécie que é tão adaptada ao nosso país. Sem contar que já existem diversos projetos em andamento no Brasil, utilizando o camarão marinho (Litopenaeus vannamei) cultivado em ambientes de baixa, ou zero salinidade 0%, tornando a imagem do camarão da Malásia um pouco mais ofuscada.

Aplicando-se as modernas tecnologias de manejo disponíveis no mercado, é possível chegar a altos índices de produtividade, com rápido retorno dos investimentos realizados. A carcinicultura de água doce tem sido reconhecida como uma forma de produzir crustáceos com baixo impacto ambiental, atendendo aos preceitos da aquicultura sustentável.

É importante ressaltar que para a implantação de cultivos comerciais se faz necessário assistência técnica, realizada por profissionais capacitados para que se obtenham resultados financeiros satisfatórios. E no caso da aquicultura, em um sistema de criação de camarão como este apresentado aqui, pode-se contar seguramente com o trabalho de um Zootecnista.



Bibliografia Consultada:

FAO - Fisheries and Aquaculture Department. Cultured Aquatic Species Information Programme. Macrobrachium rosenbergii. Disponível em <http://www.fao.org/fishery/culturedspecies/Macrobrachiumrosenbergii/en#tcNA0112>. Acesso em: 18 de setembro de 2017.

NEW, M.B.; D'ABRAMO, L.R.; VALENTI, W.C. & SINGHOLKA, S. 2000. Sustainability of freshwater prawn culture. In: NEW, M.B. & VALENTI, W.C. (Ed.) Freshwater prawn culture: the farming of Macrobrachium rosenbergii. Oxford, Blackwell Science. p. 429-443

VALENTI, W. C. 1998a. Carcinicultura de água doce no Brasil: mitos, realidade e perspectivas. In: CONGRESSO SUL-AMERICANO DE AQUICULTURA, 1, SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 10, SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE CULTIVO DE CAMARÕES, 5, Recife, 1998 Anais...p.199-206.

Artigo original do site SF Agro | Farming Brasil: http://sfagro.uol.com.br/9-dicas-para-ter-sucesso-na-criacao-de-camaroes-de-agua-doce/









Marcelo Santana

Zootecnista


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2 commentaires



Augusto Almeida
Augusto Almeida
10 janv.

Quero produzir camarão da Malazia em angola

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