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Foto do escritorKaline Sá

Nutrição e Alimentação do Cavalo Atleta

Atualizado: 15 de abr. de 2018


O cavalo é um animal herbívoro que se alimenta basicamente de forragem,

selecionando, principalmente folhas e colmos macios. Na natureza, os equinos chegam a pastejar 65% do dia, cerca de 16 horas, trazendo não só o benefício alimentar, como o de bem estar, devido a liberdade de locomoção, um vez que o cavalo pasteja a passos lentos, podendo percorrer 6 km por dia, ou até mais, dependendo do tipo e área de pastagem.

Entretanto, quando submetidos a atividades que fogem da rotina de um cavalo na natureza, como a realização de um esporte, seus requerimentos são elevados e o consumo apenas de alimento volumoso não é mais suficiente para atender suas exigências. Para atender as exigências nutricionais, os animais em exercício são comumente embaiados para receber um manejo mais intensivo.

Em cavalos atletas, a principal exigência modificada é a energética e, para atendê-la, os animais comumente recebem um alimento concentrado e/ou alguns suplementos para potencializar o desempenho atlético do animal. O requerimento energético de um cavalo adulto em atividade intensa, por exemplo, é o dobro do observado para um adulto em manutenção. A exigência de proteína, entretanto, não é elevada na mesma intensidade, e esta é requerida para ganho e recuperação da massa muscular.

Independente do tipo de esporte que o cavalo execute, a base alimentar do cavalo deve ser um volumoso de boa qualidade e a uma quantidade mínima de 1% do peso corporal, água limpa, fresca e à vontade, sal mineral e um concentrado formulado para o tipo de exercício executado. O volumoso é fermentado no intestino grosso, onde as bactérias digerem as fibras e produzem compostos que fornecem energia e vitaminas aos equinos. Este processo é de suma importância para o funcionamento normal do trato gastrointestinal e, por isso, o volumoso deve representar 50% ou mais da dieta do animal. Só após atender as necessidades mínimas de mantença do cavalo é que devemos oferecer-lhe complementos para atender os níveis elevados de energia e dos nutrientes. Faz-se necessário ressaltar que o concentrado deve ser o complemento do alimento volumoso, e não o contrário.


É comum observar, no manejo alimentar dos atletas, altas quantidades de alimento poucas vezes ao dia para facilitar o manejo na propriedade. Entretanto, a anatomia do trato gastrointestinal do equino foi projetada para ingerir pequenas quantidades de alimento várias vezes ao dia. Como citado anteriormente, uma das principais particularidades anatômicas do cavalo é o estômago substancialmente pequeno, o qual representa cerca de 10% de todo o trato. Ao fornecer altas quantidades de alimento e/ou altas quantidades de carboidrato numa única refeição, o estômago é sobrecarregado, o que pode provocar alterações gástricas, além de poder interferir na fermentação normal que ocorre no ceco e no cólon, levando à síndrome cólica.

Os proprietários de equinos atletas devem ficar atentos que o fornecimento de concentrado e dos teores energético e proteico acima do recomendado para categoria em que o cavalo se encontra, isso não ampliará sua capacidade atlética. Em outras palavras, uma maior quantidade de concentrado não elevará o desempenho atlético, mas poderá fazer com que o cavalo engorde e/ou adquira alguma desordem metabólica, prejudicando seu desempenho atlético. É importante lembrar que este desempenho não depende apenas da nutrição, mas da saúde e da genética do animal.






Zootecnista / Doutoranda em Nutrição e Comportamento Equino na Universidade da Flórida

Consultora iZoo - Equideocultura

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