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Palma forrageira como volumoso exclusivo em dietas de novilhas?

A recria de novilhas leiteiras deve visar a antecipação da idade ao primeiro parto, permitindo maior produção por vaca e por área, além de dispor de fêmeas para reposição em menor tempo. (Moreira, 2012).

Após o desmame preconiza-se um bom feno, como volumoso, pois além de produzir certa quantidade de ácidos graxos voláteis, permitirá um desenvolvimento mais rápido da musculatura do rúmen e a ruminação (Santos et al., 2002). Porém, de maneira geral, as forragens capazes produzirem fenos de boa qualidade apresentam alta exigência hídrica, sendo este o principal entrave para produção desta fonte volumosa nas regiões semiáridas. A palma forrageira é uma forrageira mais adaptada às condições semiáridas, principalmente pelas características morfofisiológicas das espécies da família Cactaceae (Ferreira et al., 2011).


Fonte: Rural Pecuária

Tendo em vista que em regiões semiáridas, torna-se difícil de obter feno de boa qualidade, de forma economicamente viável, uma possibilidade, para essa categoria, seria a inclusão de palma forrageira na dieta.

Para mitigar esta duvida, da possível viabilidade da subsituiçao da tradicional fonte volumosa para novilhas recém desaleitadas pela palma forrageira, foi conduzido um experimento, utilizando vinte e quatro fêmeas da raça Girolando com idade média de 3,5 meses e peso médio inicial de 100kg, na Estação Experimental de Arcoverde –IPA no estado de Pernambuco submetendo estes animais a quatro tratamentos experimentais que consistiram na substituição do feno capim Tifton (FCT) pela palma Orelha de Elefante Mexicana (POEM) nas proporções de 0, 33, 66 100%, respectivamente, admitindo uma relação volumoso : concentrado de 50:50 e garantindo as exigências de proteína para ganho de peso de 700 gramas/dia segundo o NRC (2001).



Como resultados, foi possível observar que mesmo com a redução dos consumos médios diários de matéria seca, matéria orgânica e proteína bruta (tabela 1) foi possível obter os mesmos ganhos de peso, e desenvolvimento corporal é o caso da altura de cernelha (tabela 2), sendo estes ganhos compatível com o desenvolvimento adequado para obtenção do primeiro parto próximo aos 24 meses.



Os resultados podem ser explicados em decorrência da maior produção de proteína microbiana como também a maior eficiência (tabela 3) a medida que se substituiu a o feno pela palma.



Desta forma, recomenda-se a substituição total do feno de Tifton pela palma de Orelha de Elefante Mexicana na dieta de novilhas recém desaleitadas sem que haja comprometimento do seu desenvolvimento corporal para obtenção do primeiro parto próximos aos 24 meses.







Leonardo Barros

Zootecnista

Consultor iZoo de Bovinocultura leiteira






Referencias

Barros, L.J.A., Ferreira, M.A., Oliveira, J.C.V., Santos, D.C., Chagas, J.C.C., Alves, A.M.S.V., Silva, A.E.M. & Freitas, W.R., Replacement of Tifton hay by spineless cactus in Girolando post-weaned heifers´ diets. Trop. Anim. Health Prod. 1-6. 2017

MOREIRA, M. V. C. Custo de criação de novilhas na região da zona da mata mineira. 2012 29f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

FERREIRA, M. A.; PESSOA, R. A. S.; SILVA, F. M.; BISPO, S. V. Palma forrageira e ureia na alimentação de vacas leiteiras. Editora UFRPE, Recife 2011.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of the dairy cattle. V.7, 2001, 343p.


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